sábado, 11 de agosto de 2007

Um espelho por favor!

Sabe – se lá..., de fato eu não sei quantos anos se terá, nem mesmo quantos anos terei. A morte é certa, para todos!... Mas para todos?
É.
Pensa um pouquinho. Sobrevivência, quantas cabanas você tem?
Em quantas árvores você já dormiu? Eu não dormi em nenhuma. Forçada herança, abençoado e forçado legado de um homem.
Ora pois, arranha-céu, prédio, casa, barraco, asfalto, barro, mato, planalto, homem, sobrevivência.
Um pouco mais de milhares de anos atrás lutavasse pela sobrevivência, restos de animais mortos por grandes predadores ( pensamento voa longe), comia-se o que dava, quebraram uma pedra, fizeram uma lâmina, podia-se comer melhor, podia-se cortar a carne, depois pôde-se caçar, pôde-se construir coisas com ferramentas, fêz-se a roupa de pele de animal, teve o fogo, construções por sobrevivência...
Alguém já viu um macaco se protegendo da chuva com uma grande folha de bananeira? E riu?
Ah...faríamos e fizemos igual.
Voltemos ao fogo, raios, sobrivência, a espécie que se adapta é a melhor, onde está o Elo?
Vai saber, a questão que surge e ressurge é: Existe espécie melhor?
Você já parou para se perguntar do que os macacos te chamam? E os gatinhos da sua casa o que eles pensam de você? Qual é o nome que o seu fiel cachorro te deu na língua dele? Será que ele não está tirando um barato da sua cara com os amigos, toda vez que você o leva para passear?
Dúvidas e dúvidas ou bobeiras?
Filosofia?
Os homens são movidos por sobrevivência e curiosidade.
Palavras que não cabem em muitos espaços criados por alguns homens, espécie contraditória e egoísta.
Sim, tenho muitas ressalvas a esta especie!
Das qualidades, espero que algumas se sobressaiam e se consiga graças a elas escapar deste caos de desrespeito e angústia que pode-se ver em cada esquina e mesmo em lugares sem esquina alguma.
Enquanto a idéia de superioridade assolar o pensamento homo-sapiens-sapiens, não se verá que são tão animais tirando fato de que em muitos fatos são "aquéns" e muito aquém dos animais de verdade.

Ah, humanidade! Meu reino, digo meu texto por um espelho !

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

ME PASSA O I-DOSER ...





Imagem :[melhor] Cena do Filme Pulp ficton


I-DOSER


Quem já ouviu falar da nova droga virtual que rola no mundo?

É isso ai se chama I-doser. E promete ser a droga do futuro

I-Doser é um programa de computador que emite "doses" de ondas sonoras, para interferir nas ondas cerebrais do usuário.

As doses procuram causar efeitos físicos e mentais similares às drogas recreativas, tais como heroina, maconha, peiote, valium, cocaína e até o café. Também existem doses complexas, que foram criadas por especialistas para causar efeitos como: Felicidade, Sono, Tristeza, Alucinações, algumas até simulando as sensações do primeiro amor e o estado mental Alpha.

Eu não tive coragem de testar, vai que essa droga funciona mesmo!?!
MAIS se vc quiser tentar aqui estão os links do I-doser

Programa com TODAS as Doses - http://rapidshare.com/files/32447011/pacotaoi-doser.rar.html

Blog com ajuda e Arquivos que faltam - www.idoser.blogspot.com

New Drug... entre tantas outras...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Bzzzzzzzzzzzzzzz

Ela era pequena, mas tinha asas. Quando se deu conta disso pôs-se a imaginar o que poderia fazer com elas.
Pensou em todos os milhares lugares que poderia alcançar. Pensou também que poderia deixar o vento achar o seu caminho.
Poderia conhecer outras como ela e coisas tão diferentes que lhe pareceriam inconcebíveis.
Pôs-se a sonhar com lugares ocultos nos cantos da sua mente. Lugares maravilhosos que fossem cenários que pudessem ser concebidos em sonhos.
Ainda parada pensou nos seres que conheceria e como eles a fariam feliz. Também pensou que eles iriam embora ou então ficariam quando ela partisse e a idéia de ter sempre que partir lhe partiu o coração.
Por fim pensou que tudo aquilo um dia acabaria, e ela sozinha bateria as asas uma ultima vez e partiria no vôo final, de onde não voltaria mais.
Pensado tudo, olhou em volta e viu um lugar cheio de grandes prédios, onde grandes poesias de inestimável beleza eram recitadas ao som de músicas nunca antes ouvidas. E por todos os lados se viam grandes obras de arte pintadas e esculpidas. Por lá muitas outras como ela, voavam.
Não havia fome nem medo. Não havia morte nem nunca.
Ela sonhou tanto que na sua curta vida se perdeu no lugar pra onde vão todos os sonhos extraviados que sonhados sem ação, nunca verão a luz do dia.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Shhhhh!

Apagam-se as luzes
e antes que se abram as cortinas
Silêncio
Ensurdecedor,
Cheio de Expectativas...
O que virá?
O que veremos?
O que viveremos?
Pensamos em mil coisas...
Esperamos duas mil...
Mas o Silêncio é o Rei
é o seu momento...
Podemos sentir
mas nada ouvimos.
Somente esperamos em
Silêncio.
Mortal
e ao mesmo tempo tão sutil...
Efêmero,
mas parece durar uma eternidade
Intenso,
mas pode ser quebrado com uma palavra
Silêncio
O que os sábios aprenderam
é que ser sábio não é saber falar,
mas sim saber ouvir
o que ele tem a dizer,
pois sabem que ele é o único
que nos faz saber,
o que o nosso eu
quer mesmo dizer,
quando pensamos em
Silêncio
Talvez ele guarde o segredo,
dos segredos o mais escondido.
Aquele que nunca saberemos
a não ser quando não pudermos mais dele nos livrar
e que só conheceremos
no fim de tudo.
Pena que este segredo
ele não possa contar,
ainda que tente,
porque ele é mudo,
e no fim das contas.
É Silêncio...

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Um livro de Mario Quintana


Além do irritante cheiro de perfume, era tudo que havia sobrado dela naquela noite. Um livro do Mario Quintana. "Por acaso, surpreendo-me no espelho: Quem é esse que me olha e é tão mais velho que eu?" leio de frente ao citado espelho.
O maldito livro sabe de tudo. Ele sabe o que eu quero esquecer. Ele não pode mais ficar aqui.
Ele é tudo o que sobrou dela aqui, além do irritante cheiro do perfume, que tantas vezes já esteve em mim, e brincou no meu sono invadindo os meus sonhos.
Era como estar no céu, mas de súbito a página 22 me diz "Nunca me dê o Céu... quero é sonhar com ele na inquietação feliz do Purgatório."
Maldito livro e duas vezes maldito perfume que agora me deixa confuso, pois ele faz a presença etérea dentro de mim agora mais real que presença física ao meu lado agora há pouco.
"Tem um poema que eu deixei marcado" ela falou e me entregou o livro. "Isso não quer dizer que é o fim, nós ainda podemos nos falar" e desviou o olhar do meu. "A vida continua, pelo menos você é jovem, saudável e está vivo" foi o que ela disse na seqüência. A página 30 respondeu com orgulho ferido, "Por pior que seja a situação da China, Os nossos calos doem muito mais..."
O marca página está na contra-capa. Olho e vejo um manuscrito e me pergunto por que diabos ela me deu um livro de poesias de Mario Quintana se a poesia que ela queria que eu lesse teve que escrever à mão.
Ergo-me e ouço lá fora a garoa e a página 35 preconiza irônica "Parece que vou sofrer: Pirulin lulin lulin..."
Volto para o que ela tinha escrito e leio. Uma parte está grifada de marca-texto rosa e diz "o segredo é não correr atrás das borboletas, e sim cuidar do seu jardim para que elas venham até você."
Resoluto saio de casa, à mão direita o querosene e os fósforos e à mão esquerda o livro. O perfume me segue como se estivesse preso ao meu nariz.
Tranqüilamente vou ao jardim. Jogo bastante querosene pra que a maldita garoa não atrapalhe. Acendo a pira e queimo o maldito livro e o maldito jardim. "Que morram as borboletas" grito e deixo queimar as rosas e margaridas além de cada uma das páginas.
O livro desprende como por mágica sua última e cruel verdade. Uma ironia eu penso. "Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta?"A garoa apaga a chama. Volto pra dentro um pouco mais livre das lembranças. Mas o perfume permanece.