sábado, 27 de julho de 2013

De Baudelaire

E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.Me embriaguei de amor, como George Gordon Byron disse '''Nada escrevi que prestasse até que comecei a amar'. Auto julgamento, mas quem há de ser mais critico e censurista  do que eu, que me odeio e que me amo, por virtudes desatentas e desqualidades hipócritas e arcaicas.

Vi em uma pessoa toda a natureza, com todos seus fenômenos,  como pode caber em um ser o mar, o ar, o fogo que em mim arde, as estrelas, o verde, o azul, a calmaria e a tempestade, como pode nem ela saber da sua integração com o universo, dela ser terra, fértil  viril, produtiva em vários sentidos.
Mais que a natureza, fui amar alguém próximo, que se não fosse absurdo diria ao olhar pra ele que amo a mim mesmo, como se eu fosse ele, porque nós somos eu e ele. Há nele um eu, que nunca haverá eu nele. Eu o entendo, ele quer me entender. Toma um fósforo. Acende teu cigarro!O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. O que é um homem sem desejo, senão um amigo.