terça-feira, 18 de setembro de 2007

Me Jane




Sabe...

Um dia eu sonhei que o mundo terminaria no nosso jardim
Que simplesmente nossos sorrisos se encontrariam nas flores amarelas dos ipês outonais
Flores que duram uma semana, já reparou como os ipês desfolham rápido?

Como enfeitam a calçada? Que os sabiás se animam com os brotos das folhas, dançam e cantam de alegria?

Será que mais alguém no mundo repara essas coisas?

É por isso que te comprei um cocar, para brincarmos de ser gente e gostar dos bichos, me Jane e você Tarzan...

Ah! Também pensei em te comprar um filho, para você levar ao parque, para ele te ensinar a ser pai, para te mostrar como é doce um beijo, como é bom soltar pipa, como é gostoso ensinar as cores, os gostos, os perigos, a saudade, o medo o amor, e os dois voltarem cansados para mim.
Cansados de felicidade e não da vida.

Mas que tolice a minha, filho a gente faz, não inventa, às vezes só sonha e tem medo.

É como o amor, que quando menos se espera acontece, ta ali, fazendo sonhos, criando quintais, quartos, lençóis brancos, café da manhã, passagens de ida sem volta... ( às vezes fingem que vão, mais voltam como se nunca tivessem partido)...

Esses sonhos, que às vezes são fantasias nuas que não tem como vestir, são esses que causam medo. E por causa disso fugimos para algum lugar, aonde os ipês não florescem nunca, nem os sabiás cantam, os filhos não nascem, e a gente não se cansa por estar feliz, mas por que fazemos da vida uma tremenda chatice.