quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Bzzzzzzzzzzzzzzz

Ela era pequena, mas tinha asas. Quando se deu conta disso pôs-se a imaginar o que poderia fazer com elas.
Pensou em todos os milhares lugares que poderia alcançar. Pensou também que poderia deixar o vento achar o seu caminho.
Poderia conhecer outras como ela e coisas tão diferentes que lhe pareceriam inconcebíveis.
Pôs-se a sonhar com lugares ocultos nos cantos da sua mente. Lugares maravilhosos que fossem cenários que pudessem ser concebidos em sonhos.
Ainda parada pensou nos seres que conheceria e como eles a fariam feliz. Também pensou que eles iriam embora ou então ficariam quando ela partisse e a idéia de ter sempre que partir lhe partiu o coração.
Por fim pensou que tudo aquilo um dia acabaria, e ela sozinha bateria as asas uma ultima vez e partiria no vôo final, de onde não voltaria mais.
Pensado tudo, olhou em volta e viu um lugar cheio de grandes prédios, onde grandes poesias de inestimável beleza eram recitadas ao som de músicas nunca antes ouvidas. E por todos os lados se viam grandes obras de arte pintadas e esculpidas. Por lá muitas outras como ela, voavam.
Não havia fome nem medo. Não havia morte nem nunca.
Ela sonhou tanto que na sua curta vida se perdeu no lugar pra onde vão todos os sonhos extraviados que sonhados sem ação, nunca verão a luz do dia.

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