terça-feira, 20 de maio de 2008

A Curva do Metrô


Silvio estava numa crise de criatividade. Ele precisava escrever o seu próximo livro, mas não conseguia pensar em nada bom. Andava de metrô com seu filho Silvinho porque o menino queria ir no shopping.

- Pai, onde é a curva do metrô?

Silvio tinha problemas com as perguntas do filho. Silvinho tinha 6 anos e estava naquela época da vida em que as que as dúvidas seguem decobertas, e essas por sua vez seguem mais dúvidas, e não se tem medo de perguntar.

- Como assim meu filho?

- Curva do metrô pai! O metrô não vai e depois volta?

- Sim Silvinho.

- Então, ele não tem que fazer uma curva pra voltar?

Silvio ainda estava digerindo seu problema na mente e resolveu que teria que eliminar de forma rápida a dúvida do filho para poder voltar a pensar.

- O metrô anda pros dois lados filho. Ele não precisa fazer curva pra voltar. O condutor do metrô vai pra outra ponta do metrô e ele começa a andar pro outro lado.

- Ah tá. – Respondeu Silvinho olhando pra janela do metrô emburrado.

Silvio percebeu um ar de decepção do menino. Tentando entender o que na resposta dele tinha magoado o menino pergunta:

- Que foi filhão? O pai falou alguma coisa de errado?

- Não pai, é que a curva do metrô parecia ser um lugar tão legal.

Um ano mais tarde Silvio lançou um livro infantil chamado “As Histórias da Curva do Metrô.”

Um comentário:

Francis J. Leech disse...

Certeza que tem um loop triplo na curva do metrô, o que também serve de momento oportuno pra todas as moças bonitas a bordo fazerem um topless relâmpago motivadas por forças ocultas responsáveis por tornar o mundo um lugar menos chato.